MARINGÁ

Policiais penais de Maringá vivenciam Justiça Restaurativa com ênfase no autocuidado

Assessoria do Deppen

Uma iniciativa envolvendo a Polícia Penal do Paraná (PPPR), através de sua regional administrativa em Maringá, a Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM) e a 1ª Vara Criminal da Comarca, de titularidade do juiz Dr. Cláudio Camargo dos Santos, proporcionou no decorrer da última semana uma vivência sobre Justiça Restaurativa, com ênfase no autocuidado e aplicação no dia a dia de trabalho a 42 servidores da CPIM.

 

De acordo com Santos, em Maringá, uma lei de 2018 instituiu a Justiça Restaurativa como política pública para trabalhar como viés de política de paz. “O que é notícia é a violência, mas o que se faz para a pacificação social e a resolução de conflitos, isso não é notícia. As pessoas ficam olhando apenas o lado ruim”, afirma o juiz. Ele destacou que na 1ª Vara Criminal há um trabalho de prevenção à prática de delitos desde 2016, por meio do trabalho exercido pela Associação Maringaense de Práticas Restaurativas e Inclusão Social (Amparo).

 

Nesse viés de pacificação social, a sociedade é convidada a participar: representantes de colégios particulares, escolas públicas, tanto estadual como municipal, sociedade civil organizada, Guarda Municipal, OAB, Ministério Público, entre outros segmentos, com a realização de reuniões mensais. “Assim como os policiais penais participaram das vivências, as crianças das escolas municipais também estão tendo essas experiências, e isso está sendo desenvolvido de uma forma muito efetiva na cidade. Quando há algum conflito interno, as escolas municipais conseguem propiciar espaço para diálogos e reflexões profundas, para não deixar crescer o problema”, reforça Santos.

policiais penais vivenciam Justiça Restaurativa com ênfase no autocuidado
Uma selfie na sala de aula para registrar o momento do aprendizado sobre o que é e o quão é importante a Justiça Restaurativa Foto: Deppen

O magistrado citou exemplos recentes de violência pelo país, onde ex-alunos invadiram escolas, matando crianças, funcionários e professores. E o objetivo dessas vivências de Justiça Restaurativa é fazer com que as crianças dialoguem na resolução dos conflitos, o que tem surtido bons resultados nas escolas municipais.

 

 

Facilitadores recebem formação teórica e prática

 

Para uma das facilitadoras das vivências, Cláudia Ângelo da Silva, integrante da equipe da Amparo, facilitar o círculo da roda da medicina com os policiais penais trouxe uma forte emoção. “Recebê-los e poder vivenciar a autorreflexão de como estamos cuidando de nós, conscientizarmos da nossa condição física, emocional, mental e espiritualmente, ouvir a nós mesmos e o outro sem julgamento, precisa de coragem. Fiquei feliz, pois desde a pandemia não facilitava círculos presenciais com grupos na sala da Amparo. Ao final do Círculo, tive a necessidade de abraçar cada participante. Somos seres humanos bons, sábios e poderosos (um dos pressupostos da Justiça Restaurativa). Sou grata pelo momento vivenciado, pela entrega e confiança de vocês”, enfatiza Cláudia.

 

Para o diretor da CPIM e que também participou da vivência, Júlio César Vicente Franco, o resultado é positivo, tanto que outra semana de reflexões será realizada em junho, com outro tema, para o mesmo grupo de servidores. “A ideia é levar as vivências para as unidades penais para abranger mais servidores. Quem quiser também poderá se tornar um facilitador da vivência”, finaliza.

 

 

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