POLÍTICA

Governo apresenta política nacional de cuidados ao Congresso

Governo apresenta política nacional de cuidados ao Congresso

Mais de 47 milhões de pessoas no Brasil se dedicam ao trabalho de cuidar de alguém. Segundo o Ipea, 78% desse grupo, que pode ser remunerado ou não, são de mulheres, e 55% delas são mulheres negras.

Essa foi a trajetória da paraibana Chirlene Brito, que aos 14 anos foi colocada como “empregada doméstica em uma casa em Campina Grande. Chirlene tinha ordens de lavar louças, arrumar a casa e ainda cuidar de outra criança. Em troca, recebia cadernos velhos e lápis usados para tentar concluir um sonho: estudar. Mas teve que largar os estudos.

Hoje, aos 40 anos, Chirlene ainda batalha como diarista e integra a direção da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas. Ela aguarda, ansiosa, por uma lei que pode mudar essa realidade: o projeto Política Nacional de Cuidados, que o governo apresentará ao Congresso nesta quarta-feira.

Esse projeto de lei prevê políticas públicas e garantia de direitos para quem passa a vida servindo outras pessoas, de forma remunerada ou não.

A Política Nacional de Cuidados busca garantir o acesso ao serviço de qualidade para quem dele necessita, o trabalho decente para trabalhadoras e trabalhadores remunerados e a redução da sobrecarga de trabalho para quem cuida, de forma não remunerada, especialmente as mulheres .

Para Chirlene Brito, da Fenatrad, que hoje trabalha como diarista, a luta deve ser para impedir o crescimento do  “trabalho escravo doméstico”, no país, remunerado ou não.

A proposta apresentada pelo presidente Lula nesta terça-feira, que envolveu mais de 20 ministérios,  busca uma divisão mais igualitária do trabalho de cuidados. O projeto da Política Nacional de Cuidados ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional para começar a valer.

*Com informações de Luiz Claudio Ferreira, da Agência Brasil

PUBLICIDADES & PARCEIROS